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  • Roberta Vicente

De uma noiva para outra

Lembro da euforia das preparações para o nosso casamento. Lembro de todas as expectativas que coloquei sobre como seriam as nossas fotos, e a decoração, e se os nossos convidados iriam aproveitar a noite com a gente. Nós estávamos prestes a festejar um dos dias mais importantes das nossas vidas e ~ tudo precisava estar perfeito.


Lembro-me, também, de todo o estresse que a noiva que não delegou quase nada e esqueceu de detalhes importantes passou – a noiva era eu. Na última semana que antecedia a cerimônia eu surtei… Não me orgulho. Qualquer coisa simples me tirava dos eixos e eu só chorava debaixo de toooooooda aquela pressão.

Deus havia nos abençoado de maneira sobrenatural e tudo aconteceu muito melhor do que o que podíamos imaginar… Muito mais do que tínhamos condições para pagar. Muito mais. Quando o dia 30 chegou eu estava certa de que tudo estava correndo como era pra ser e de que o estresse iria terminar, mas não tinha noção da magnitude e do significado da jornada que estávamos prestes a começar.

É claro que me lembro do quanto o nosso bolo estava gostoso… De como a música nos fez pular até cansar e da cerimônia perfeita que botou meus parentes pra escutarem o evangelho que eu tentei pregar a vida inteira (considerando que a vida começou desde que o Senhor me encontrou). Esse dia tem registros incríveis e nossos filhos os verão e se alegrarão conosco, mas nada terminou naquele dia…

Tudo começou.

Quando noivamos, muitas de nós nos tornamos cerimonialistas ao invés de noivas, de fato. Preocupamo-nos exageradamente com os detalhes do dia perfeito e deixamos de lado àquilo que a própria Escritura nos ensina sobre o que ser “noiva” realmente significa. Acordadas, intencionais, vigilantes, dispostas, arrependidas, curiosas e em oração é como deveríamos encontrar os nossos noivos no “grande dia” (e não somente lá, mas durante o processo inteiro).

Mais que um espetáculo, o dia do casamento é sagrado. Ele marca o início de um ciclo poderoso debaixo da bênção de um Deus rico em misericórdia e é com essa mentalidade que hoje, quase dois anos depois do meu “grande dia”, eu enxergo os casamentos ao meu redor.

Não estou a condená-la por ser uma noiva sonhadora e preocupada com detalhes… Acredito que você deva se entregar a esse processo com grande alegria e felicidade; que você deva sonhar sim com a paleta de cores e os fotógrafos; que você vá provar o quanto Deus gosta e abençoa cerimônias de casamento – Jesus não fez o seu primeiro milagre em uma delas? Mas gostaria de lembrá-la que esse não é o fim.

Muita coisa vai mudar. Se você, como eu, não cresceu em um lar cristão e está prestes a se casar com um homem de Deus: a experiência vai ser intensa. Ele vai enxergar os seus defeitos de um jeito diferente, e vai te afiar de um jeito diferente. Vai te preparar de modo especial para as bodas que são realmente importantes – as bodas do cordeiro – e te tornar alguém mais parecida com Jesus através do lavar pela Palavra.

Seus defeitos vão tomar proporções diferentes e você vai conhecer um lado, talvez, desagradável de você mesma. Mas tá tudo bem. Porque o lar de vocês vai ser regado de misericórdia. Você pode enxergar no seu parceiro defeitos complicados, mas sei que se o seu coração for verdadeiramente humilde você aprenderá do Espírito a edificar o seu lar e saberá que além de ele ser pecador você também é. E vocês disseram sim.

Mesmo há quase dois anos daquele dia ainda me sinto noiva mas dessa vez, junto do meu esposo, sei que o casamento para o qual estamos nos preparando é o evento de todas as eras. E essa jornada não se compara aos registros, e ao vestido, e ao buquê… Porque essa jornada é muito mais preciosa. Ela está te preparando para o Grande Dia. O dia do encontro. E vocês estarão juntos nessa (vocês dois e todas as outras bênçãos maravilhosas que Ele preparou de antemão pra vocês).

Uma das nossas já tem até nome brilhante: Clara.



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